14 de outubro de 2010

. dos Franceses .

Eu realmente tenho estudado e trabalhado [muito] ultimamente. Pouco tempo me sobra para teorizações, reflexões extra-comunicação e outras diversões afins. Mas foi justamente numa imersão acadêmica que encontrei uma entrevista que merece ser partilhada. Trata-se do Baudrillard, querido Jean, falando ainda em 2003 sobre cultura, mídia, arte e realidade. Se você puder acessar o texto na íntegra [http://www.consciencia.net/2003/06/07/baudrillard.html], tenho a certeza de que vai se deliciar com a inteligência francesa. Se não tiver muita disposição, recomendo especialmente a seguinte questão:
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ÉPOCA - Por que o senhor escreveu tanto sobre a cultura americana mas nunca refletiu sobre o Brasil, que o senhor tanto adora visitar?
Baudrillard - Já me cobraram um livro sobre o Brasil. Cito-o em minhas Cool Memories (trabalho no quinto volume) e em outros textos, mas a cultura brasileira é muito complexa para meu alcance teórico. Ela não se enquadra muito em minhas preocupações com a contemporaneidade, não tem nada a ver com a americana, com seus dualismos maniqueístas, um país que se construiu a partir das simulações, um deserto da cultura no qual o vazio é tudo. Os Estados Unidos são o grau zero da cultura, possuem uma sociedade regressiva, primitiva e altamente original em sua vacuidade. No Brasil há leis de sensualidade e de alegria de viver, bem mais complicadas de explicar. No Brasil, vigora o charme.
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Enfim, é muito do que penso sobre a nossa distância dos estadunidenses.

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