21 de julho de 2010

. Sobre Caio F. e o amor .

Querido Jim, hoje vou te deixar de lado. A ti e a à vodka.
Meu papo agora é com o Caio F. [e estou dentro da taça de vinho].
Esse Fernando está aqui me falando sobre um “tapete gasto, antigamente púrpura, depois apenas vermelho, mais tarde rosa cada vez mais claro”. Já disse pra ele que entendo bem disso, e que meu tapete agora é nude. Meu amor está fashion, Caio! Vai ver é por isso que estamos conversando sobre ele. Mais podemos dizer sobre o amor quando menos amor [carne-desejo-dor] sentimos, não é?!
Meu amor já é morango mofado. E é assim mesmo: a gente só faz questão de lembrar dele quando esqueceu. E sonha com ele só depois de voltar a dormir tranquilo.
Tá bem, “estou me confundindo, estou me dispersando”.
Só queria te dizer que nunca tive um dragão morando comigo. Eu sou meu próprio dragão, Caio. Cresci com dragões, amei dragões. Chorei sua ausência quando partiram, justamente porque sou um deles e entendo perfeitamente que depois de tudo o amor fica nude.
Bem no fundo, todos somos dragões, daqueles que têm medo nenhum da solidão.
Tememos sim nossa própria lucidez sobre o amor e usamos a solidão apenas para causar pena nos velhos [porque você sabe neh?! Os velhos nos conhecem e têm pena de nós].
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Bem, tive que tomar minha última taça [o médico me proibiu de beber].
Beijo Caio. Fica bem!


PS: a carta envelheceu sete dias, tive preguiça de vir ao correio. Sigo feliz. Começo as férias amanhã.

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